Sobre o método de indução e a teoria do falseamento de Popper

O método de indução, nas ciências empíricas, tem como propósito estabelecer a verdade de sentenças universais que, por sua vez, expressam 'leis naturais'. Carnap foi o principal advogado de um método geral de caráter indutivista para a fundamentação das ciências em conformidade com o princípio fundamental do empirismo. Carnap propôs como uma alternativa, em face das críticas à indução, um requisito da 'suscetibilidade de confirmação de hipóteses', i.e., "todos os enunciados sintéticos devem ser suscetíveis de confirmação". 

Adendo: segue um link com observações sobre a generalização indutiva de acordo com Carnap


    De acordo com Popper as 'leis naturais' não são confirmáveis, pois essas leis são expressas sob a forma de sentenças universais ilimitadas (e, por conseguinte, admitem um número potencialmente infinito de aplicações possíveis). Por outro lado, o número de observações para testar essas leis é sempre finito.
    Como assinala Stegmüller (1977), Popper rejeita a inferência indutiva porque seria necessário que houvesse um princípio de indução para justificá-la, i.e., um princípio expresso por uma sentença universal de caráter analítico, pois tal inferência seria, de fato, dedutiva. Não obstante, Popper acrescenta que, em se tratando de uma sentença sintética, essa sentença seria fundamentada na experiência; e, mais ainda, sendo um enunciado universal ilimitado não admitiria confirmação empírica. 
    Em oposição à concepção indutivista da ciência, Popper propõe uma abordagem dedutivista. Popper adota o princípio de falseamento (ou refutabilidade) de hipóteses como um critério de demarcação para as diversas teorias científicas.

Adendo: segue um link com obervações sobre a estratégia de falseamento proposta por Popper




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