Sobre o anarquismo metodológico de Feyerabend

Sobre o anarquismo metodológico de Feyerabend.


Há um consenso no âmbito da comunidade acadêmica formada pelos que advogam os princípios das várias correntes da filosofia analítica, na atualidade, que o posicionamento filosófico de Feyerabend é absolutamente inaceitável. É claro que esta crítica é apresentada no âmbito do Establishment filosófico-analítico que, por sua vez, defende, de uma forma ou de outra, a construção de uma base metodológica universal para os fundamentos dos diversos campos científicos [que se submetem, é claro, a algum princípio de demarcação científica].

Feyerabend está, por conseguinte, na contracorrente desta perspectiva doutrinária. Haja vista que, ele defende (explicitamente) que não há uma única base epistemológica admissível para essa fundamentação (talvez, possivelmente nenhuma). Até este ponto, parece razoável uma tentativa de defesa de seu pensamento; mas, atenção, sabemos que ele não propôs nenhuma alternativa epistemológica. Aqueles que insistem em dizer que ele admitia uma multiplicidade metodológica (ou uma diversidade de métodos) têm a grande dificuldade em justificar o quê, na verdade, ele "entendia" por metodologia científica. Pois, ele não apresentou nenhuma explicação razoável para essa questão.

Feyerabend--como observa Granger (1994)--coloca a ciência na mesma classe de equivalência da mitologia por exemplo. Na medida em que, de acordo com Feyerabend, a multiplicidade dos métodos e as limitações das teorias científicas constituem uma espécie de obstáculo epistêmico intransponível.

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